25 de set. de 2010

Seja bem vinda, tristeza! ( Só não fique muito tempo)

   Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade;
Assentar-se solitário, e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele.
Ponha a sua boca no pó; talvez assim haja esperança.
Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.
Lamentações 3, 27-30.



Nas próximas duas décadas a Depressão deverá afetar mais pessoas que o câncer ou as doenças cardíacas, constituindo a maior causa de afastamentos do trabalho, segundo a OMS.
Só no Brasil são 17 milhões de Depressivos. (imagina esse povo todo junto? Misericórdia)
Em linhas gerais, transtornos mentais são relativamente raros, a Depressão afeta  um número de pessoas 50 vezes maior do que esses transtornos todos juntos.

Impressionante?

Não, não acho. Até seria, caso isso fosse uma doença. Mas não é. Pelo menos não na grande maioria das vezes...Estima-se que a Depressão patológica mesmo, aquela pode levar alguém a tirar a própria vida atinja um número de pessoas equivalente aos outros distúrbios mentais, cerca de apenas 1% ou 2% da população mundial.

Para sustentar minha opinião sobre o assunto sempre me apoiei na Bíblia e em como esses ensinamentos afetavam/funcionavam/influenciavam minha vida.

Reparem no nome do livro que retirei o texto bíblico: Lamentações. Sugestivo? Afora Jeremias, a bíblia relata N casos de pessoas e situações angustiantes e desesperançosas.

Parece que em algum momento os homens deixaram de tratar pecado como pecado e deram outros nomes e justificativas, colocando sobre outrem a culpa inerente ao ser humano e seu pecado.

Esses sentimentos todos que provavelmente seriam classificados como Depressivos nada mais são do que uma reação absolutamente saudável e esperada. Deus nos programou para reagirmos assim. São muitas das vezes conseqüências dos nossos próprios pecados.

De que se queixa, pois, o homem vivente? queixe-se cada um dos seus pecados. Lam 3, 39.

Psiquiatras e pesquisadores vêm atualmente fazendo estudos e defendendo suas teorias que de a Depressão está absolutamente banalizada, tristeza não é patologia. É reação natural que nos faz encarar nossas dores, angustias e nos ajuda, fazendo-nos focar em problemas complexos, gerando auto-conhecimento. Isso é o que defendem Allan Hortwitz e Jerome Wakefield, autores de um livro chamado A tristeza Perdida. Ambos psiquiatras.

O que me impressionou foi a semelhança entre os valores bíblicos sobre esse assunto e a abordagem científica dado ao mesmo.

Resumindo: Sentimentos depressivos fazem com que você tire suas próprias mascaras e se desnude ante você mesmo e principalmente perante Deus ( isso no caso de cristãos, claro). E esse “desnudar-se” é essencial no cristianismo. Por que? Porque há dois requisitos básicos e imutáveis para quem deseja ser Cristão: Conhecer a si mesmo e conhecer a Deus.

Ao retirar as próprias máscaras e contemplar a si mesmo não haverá nenhuma outra necessidade mais objetiva e emergencial do que a Graça de Deus.

Uma Graça que faz novas todas as coisas, te regenera, te abraça e te enche de esperança de continuar a viver e tentar acertar da próxima vez.

Bem, foi isso que aprendi durante esses dias em que estive “ assentada e em silêncio, por quanto Deus o pôs sobre mim”.

19 de set. de 2010

Ele tinha razão...

A primeira coisa que vou dizer é que essa é 7ª ou 8ª vez que eu edito esse post. Nas outras vezes não tive coragem de postar, apenas salvava como rascunho. Apesar de saber que ninguém lerá, a vergonha prevalecia.Mas vai que algum dia alguém lê e usa a lição/moral da história e evita de "pisar com seus pés em pedras"...



“Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la?Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’. Lucas 14. 28-30

Tentarei descrever a análise que tenho feito a partir dos últimos acontecimentos na minha vida a partir dessa passagem bíblica.

Ela é na verdade uma parábola que Jesus contou àqueles que desejavam segui-lo, na verdade Jesus estava meio que “peneirando” a multidão: “Olha, veja bem se é isso que você quer e se teria condições de cumprir”... Talvez o contexto não seja então o ideal para minha ocasião, ainda assim ouso utilizar o conselho de Jesus, pois o trecho acima relata uma grande ( e negligenciada) verdade.

Sempre gostei de analisar os fatos a partir de conselhos do Mestre, descritos na bíblia. Faço isso na minha vida e na dos outros. Na grande maioria das vezes encontro um desacordo profundo noutras, nem tanto. Nessa ocasião trato da frustração que há em não atentar para os conselhos de Cristo.

Há algum tempo dei inicio a algumas “construções” na minha vida, bem, algumas eram “reconstruções”...Mas algo saiu terrivelmente errado. (ou não?)
O que eu fiz foi inverter a ordem do conselho: Iniciei a construção e só após não mais suportar o peso que o trabalho me trazia, assentei-me a fazer cálculos. Cheguei à conclusão que falhei.

Há relacionamentos que não posso manter.

Há projetos que não consigo prosseguir.

Há sonhos que não posso reviver.

Pelo menos não agora.

Mais ou menos uns 40 dias atrás a primeira coisa que desisti/abri mão/abandonei/desacreditei foram meus “relacionamentos virtuais” (amizades) Essa vontade me seguia já há tempos, e agora parece que está finalizada mesmo. Doeu. Mas são relacionamentos que eu não posso manter.

Há duas semanas desisti da faculdade. Isso foi o mais dolorido com certeza, não pelo diploma que eu almejava, mas principalmente pelo motivo que não relatarei aqui. Frustrei-me, e doeu.E ainda dói, me envergonha.

Antes de tudo isso, na verdade nem sei quando foi que aconteceu, desisti da igreja em que eu congregava, desnecessário dizer que doeu...Com isso perdi muito mais que um lugar pra estar aos sábados e domingos...perdi uma porção de sonhos. Eram um tanto quanto utópicos mesmo. Entretanto é um assunto que eu insisto em velar com discreta esperança.

E dessa vez é assim: Errando, que eu reconheço mais uma vez que as verdades do Cristianismo me são essenciais e que eu deveria ter prestado mais reverência a Palavra. É bem desconfortável, de certa forma humilhante. Iniciei projetos sem consultar o grande Arquiteto e fazer os cálculos necessários.

Agora eles acabam assim...incompletos e arruinados.


Há ainda a segunda parte do conselho: todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’.

Quem tem me dito isso constantemente é a relativa depressão que esse desgaste me causou. Introspecção, silêncio, algumas horas da noite em claro, choro contido.

Sobre isso falarei no próximo post, em breve.

11 de set. de 2010

Como buscarei a Deus?

Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.
Romanos 3, 27.


Sinceramente, Romanos é o livro que tem dilacerado o meu orgulho e ego. E isso é bom, muito bom. Tenho encontrado verdades fantásticas nesse livro. E como isso se aplica à minha vida?

Ontém conversando com alguém, essa pessoa disse algo sobre "Buscar a Deus decentemente", exatamente com essas palavras. Essa frase falou mais alto, eu fui dormir pensando nela, eu pensei sobre ela mesmo dormindo e acordei pensando ainda.

E sinceramente, ontém fiz um pedido a Deus, pedi que Ele me livre de um dia pensar que O estou buscando decentemente. Então eu fiquei pensando sobre a validade do meu pedido.

Será que Deus espera mesmo que eu O busque decentemente?
-Se Ele faz isso, provavelmente o faça sentado...

Eu sei que se eu tirar as minhas máscaras e olhar pro que há dentro de mim, eu não vou encontrar qualquer vontade natural de buscar a Deus e sua vontade. Não sou naturalmente inclinada a isso. E Ele sabe bem. Mas essa relação comigo mesma e com Deus é complexa, pois ao mesmo tempo eu sinto que "Para onde irei, se só Tu tens as palavras de vida eterna?"

Me sinto absolutamente atraída pelo que naturalmente não me atrai.

Talvez isso seja sinal de restícios do velho homem...eu ainda não sei.

Há um versículo que eu gosto muito, em Oséias 11, 4.

Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento.

É assim que me sinto, atada por cordas de amor. Isso me dá uma segurança infalível, ainda mais se me lembro de Romanos 8, 31-39.

Tudo isso, essas passagens bíblicas, minha reflexão sobre a frase da minha amiga, minhas experiencias e o olhar pra dentro de mim, me remete a um único sentimento: Gratidão.

Onde está, logo, o meu orgulho por buscar a Deus decentemente? Foi excluído. Pelas minhas obras? Não, mas pela fé.


Sacríficios pra Deus são um coração quebrantado e contrito.( Salmo 51, 17). Quebrantamento, Contrição e Gratidão. Pelo jeito o padrão de decencia de Deus é bem diferente do que os homens propõem. Não fala de obras, fala de sentimentos e de pessoas enxarcadas e guiadas pela humildade e gratidão.Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.(Rm 3,28), e seria somente a soma disso tudo que me faria buscar a Deus "decentemente". Seria algo muito mais próximo de "estar vazia" do que apresentar obras, atitudes e palavras.



Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença;
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Sendo justificados gratuitamente, pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
Ao qual Deus propôs para propiciação, pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
Para demonstração da sua justiça, neste tempo presente, para que ele seja justo, e justificador daquele que tem fé em Jesus.

5 de set. de 2010

Grrrrr!!!

Tem um tipo de gente que sabe como te fazer sentir insignificante e que está muito aquém do mínimo necessário pra estar perto dela.

E é esse tipo de gente que desperta em mim uma diversidade de sentimentos e pensamentos: perplexidade, revolta, ira e outras coisas que nem sei que nome tem.

 


Hoje eu vivi isso.

Ontém também.

E antes de ontém...

É estranha essa sensação de que você faz pela pessoa o que ela jamais faria por você e sequer vai agradecer.Você disponibiliza tempo, dinheiro (seja quanto for), atenção, preocupação, orações, você caminha uma milha e depois mais uma...tudo pra perceber que há ainda mais uma...

Isso cansa!

Crise de egoísmo? Sim, pode ser. Mas o fato é que eu sou gente, e gente comum não vai se esvaziando e se doando até o infinito...gente tem limites, tem espaços, tem orgulho.

Esse tipo de gente me deixa maluca, revoltada! E mais maluca ainda me deixa o fato de ser atraída tão fortemente por elas...complicadas, fechadas, arrogantes e orgulhosas. Talvez porque eu também seja assim, e lá no fundo eu sei que sou.

E perceber que as pessoas que você escolheu amar simplesmente não desejam sua companhia, cara...é frustrante.

Interessante lembrar que Jesus Cristo passou por isso, numa escala infinitamente maior, é verdade. Não, eu não estou sendo tão prepotente a ponto de me comparar à Ele.
Mas que Sua lição de vida ensina, ensina.
Veja:

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. João 1, 10.

Era desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos: e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Isaías 53,3.

Desprezo. Jesus sentiu desprezo. E pior, dos que Ele tanto amava.

Jesus sabe como me sinto, isso basta.
A gente se acostuma.