10 de mai. de 2010

Breve desabafo

Minha solidão é imensa, enorme...

Que eu sou um E.T. não resta dúvidas,rs. Por vezes isso me orgulha e motiva, porque eu não anseio mesmo ser igual a todo mundo, pensar como todos, agir como eles... Mas há dias que isso me torna sensível demais.

Eu fico olhando para eles. Eu fico olhando para você.

Impressionante...eles gostam de um tal de Santiago, e eu me delicio com textos antigos, escritos há mais de um século, sábio e sofredor Spurgeon. Eles ouvem o tal da Arca...eu gosto de imaginar a situação que produziu tão belas canções, compostas há decadas, gravadas num livreto obsoleto.

Eles sorriem, eu observo.
Eles se abraçam, eu espero.
Eles saem sábado a noite, eu faço companhia pra mim.
Eles têm nome. Aliás, um pré-nome-status, nome e sobrenome.

Alguém desistiu, desanimou mais uma vez, a marca da ausência dele é gritante, eu me sinto amputada e incompleta...Mas a sua ausência amigo querido não mudará nada, eles continuarão sendo religiosos, absolutamente religiosos e somente isso. Eles não vão ouvir seu silêncio. Não vão.

Eles choram, não me convencem.
Dizem mil palavras, não repercute.
Fazem barulho, ninguém escuta.

Enquanto as mãos deles não tocarem o imundo. Não vestirem o nu. Não alimentarem o faminto, não usarem seu dinheiro reservado pra trazer dignidade a um maldito. Enquanto não visitarem os orfãos e viúvas, enquanto eles não levarem a ideologia que pregam, para fora, para o mundo real, eu vou continuar olhando para eles, observando, esperando, sozinha, sem voz e sem vontade.

Não só minha solidão, mas também meu vazio é imenso. Sabe por quê?

Porque eu sou um deles.

Minha solidão é imensa...