27 de nov. de 2010

O que move você?


 “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
João, 17;14 -16.

Nesses últimos dias eu tenho aprendido  e observado nas pessoas também, algo que o Senhor tem me feito enxergar, é complicado para escrever, expressar com palavras mas eu vou tentar fazer.

O que move você?
Sim, o que faz com que você se relacione com outras pessoas, com o mundo, com colegas de trabalho e com você mesmo?
Qual é o primeiro sentimento que te impulsiona a agir no dia-a-dia?

Eu vi em mim mesma que numa grande parte das vezes eu sou movida pela solidão.

Se eu fico na internet demoradas horas...é porque a solidão me obriga.
Se eu telefono para alguém e convido a dar uma volta...a solidão me incomodava.
Se eu desejo que “tal” dia chegue logo...é na esperança de amenizar a solidão.
Se eu vou à igreja...idem.
Se mando um torpedo...idem de novo.
Email? Idem.

Ainda bem que isso não acontece em 100% das vezes (já é alguma coisa) mas eu tenho feito algumas resoluções para mim mesma, e a primeira delas é: “ Se o que me move a fazer isso nesse exato momento é a minha própria solidão, então não farei, antes, orarei sobre isso”.

Parece que isso foi uma das melhores idéias que já tive na vida. Tenho visto e aprendido coisas excelentes, além de me sentir bem melhor e entender as pessoas.

Solidão é o mal do século, pode ser o estopim de uma depressão, de uma dependência emocional/sexual/sentimental, pode fazer você virar uma puta, um insensível, um “safado” que vai sempre substituindo uma mulher por outra, um amigo por outro, um copo por outro, uma dose por outra, ou simplesmente, você leva sua vida tranquilamente, mas não passa de um EGOÍSTA, pois a sua motivação tem sempre raiz na maldita solidão que sente.

“Digam o que quiserem, mas a solidão é o mal do século” Renato Russo. Poetas, tantas canções, livros, psicólogos,bares, há tantas provas de que o Renato estava absolutamente certo...já parou pra pensar nisso?

Meu desejo é substituir a solidão por amor.

Mas você pode dizer:"Ei, sua maluca, não tem nada de mais em se sentir solitário, todo mundo tem isso, a gente sempre dá um jeito, ignora, faz qualquer coisa, aliás, as pessoas nem pensam nisso!"

Mas a questão é justamente essa: “ Todo mundo sente isso”. (eu concordo plenamente que um bocado de solidão é absolutamente necessário, a própria bíblia confirma isso. É vital.) (Lamentações 3, 27 e 28)

Acontece que nós, os cristãos não somos mais do mundo, apenas estamos de passagem por ele. Nós já somos parte de um Reino. Você é parte de um Reino. E no mais o nosso Rei aconselhou que orássemos: Venha o Teu Reino (Mateus 6,10)

E esse Reino é de Justiça, Paz e Alegria (Romanos 14,17). Sobretudo esse é o Reino do Amor. Onde os súditos são ensinados a amarem uns aos outros tal como foram amados pelo seu Rei, onde eles devem dividir o que quer que tenham, se importar com sinceridade pelo bem estar do próximo.

Tenho visto amigos(as) meus serem movidos pelar solidão/dor e eu desejaria muito dizer-lhes essas coisas. Desperte! Você não é desse mundo! Não pode mais ser motivado pelo que motiva o mundo, egoísmo disfarçado de religião ou fé transforma você num grande frustrado/fracassado! Veja! Não dá pra servir a dois senhores e você sabe bem disso!

Não sejamos mais em nada guiados pela dor, mas sim pelo amor que vem do Pai. Oremos por isso.

Quando eu amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesma, então eu estou vivendo o Reino de Deus na Terra, Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude (1 Cor 4,20). Dessa forma eu cumpro a Lei, contribuo para o Corpo de Cristo, fortaleço meus irmãos e me aproximo do Rei. Doutra maneira seria apenas mais uma egoísta desesperada por amenizar o vazio que sente...

Por favor, se junte a mim, vamos juntos viver e dizer: Venha o Teu Reino!

Agora se você não é um cristão ou é apenas um religioso, tem um X vermelho no canto superior direito da tela.

22 de nov. de 2010

Desencana!

Desencana, irmão! DE-SEN-CA-NA, VAI!

Essa daqui vai pros meus amigos bitoladinhos, com carinho. 
=D

Sobre o fim das nossas vidas...




DEPOIS voltei-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol: e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador. Eclesiastes 4, 1. 

Hoje a tarde no trabalho eu quis ir pra um lugar mais tranqüilo, sentar pra descansar sozinha e pensar. Me sentei bem tranqüila e comecei a conversar com o Rei,amigo meu,  sobre o telefonema que havia recebido na hora do almoço, enquanto isso observava as pessoas ao redor.

“Deus, a vida as vezes me parece injusta, sabia? Veja o tamanho da dor que as pessoas carregam! Passamos a vida em meio à dor, será justo que as pessoas levem esse peso sobre si mesmas?”

“Parece que “algumas” pessoas sofrem tanto, uma dor que ninguém vê ou se importa, as vezes eu penso que elas mereciam sorrir, ser aliviadas, curadas por dentro. Ah! se eu pudesse me levantar daqui e fazer algo! Senhor, eu faria. Mas parece que o egoísmo prevalece sobre todos...”

Eu não sei se isso foi murmuração ou não, mas já que era isso o que eu sentia, foi isso o que disse pro Rei, o meu amigo.

Não demorou nada, e logo Ele me levou à sua boa Palavra. Nesse momento alguém começou falar mais alto bem na minha frente, comecei a prestar atenção.

Havia uma senhora com idade já bem avançada numa cadeira de rodas, com um curativo nos olhos (havia feito cirurgia). Mal acreditei na forma que a mulher que  acompanhava a tratava. Com gestos violentos, bruscos, com tapas, empurrões, gritos e uma grosseria que eu nunca vi igual.

Eu quis dar um murro na cara daquela bruxa!

Desejei saber como havia sido a vida daquela senhorinha tão sofrida, então eu me lembrei de um versículo que diz: Lembre-se do seu criador enquanto você é jovem e antes que cheguem os dias que dirás: Não tenho mais prazer na vida.

Temi estar no lugar dela.

Ali eu vi o quanto sou fútil, inconseqüente e egoísta, deixando minha vida passar, reclamando apenas do quando a vida é difícil. E se fosse eu naquela cadeira?

Certamente para aquela senhorinha já não restam muitos dias e já não há mais prazer na vida. Num momento ela disse: “Eu vou morrer...”
-”Se morrer a gente enterra logo, nem espera morrer direito” disse a bruxa acompanhante (acho que era filha)

Será que o meu fim vai ser assim?
Será que o seu fim vai ser assim?
Será que o fim dos amigos que amo vai ser assim?

Lembrei-me também que Salomão disse que melhor é fim do que o inicio das coisas.

Olhei para a triste senhorinha, que a essa altura chorava enquanto a obrigavam a fazer algo e pensei: Senhor, como é triste o nosso fim.

Não demora nada, e nosso fim chega, e a nossa alma para quem será?


PS: Trabalho num Hospital.

15 de nov. de 2010

Deu pro namoradinho?

Madalena dava pra todo mundo. Deu pro namoradinho, depois deu pro primo dele na festinha de natal. Madalena deu pro amigo do amigo, e viu que continuar aquele namoro não seria tão correto ou tão legal. Então ela disse adeus ao namoradinho, ao priminho ao amigo do amigo. Quando ela viu que estava livre deles, esqueceu do que se tratava a liberdade de verdade e viu que agora sim poderia dar pra quem quisesse. Deu até pra melhor amiga.

Balada, esquenta, carros, finais de semana na praia, dias de semana no cinema, banheiros, inferninhos, no sofá da sala. Madalena ficou até cansada. Madalena não tinha mais o que dar.

Um dia fizeram uma comunidade no orkut que se chamava “Pedra nela!”. Na descrição tava escrito: “Se você também é como nós, acha um absurdo a Madalena dar pra todos, ou se você conhece uma história zuada dessa mina, seja bem-vindo! Obs: se a Madalena já deu pra você, você também pode participar! Nós jogamos pedra, mesmo!”

A Madalena leu aquilo e tremeu por dentro. Mais do que tinha tremido na cama com qualquer um. E suou frio, mais do que havia transpirado em todos aqueles anos. Ninguém amava Madalena. Nem Madalena amava Madalena.

No meio dessa roda de acusações e pedras, apareceu um cara que não era da cidade. Talvez por isso ele não tinha pedras na mão nem queixas a fazer. Ou talvez, aquele cara fosse diferente dos outros. Fosse igual à ela. Não porque ele vivia num desequilíbrio total, mas porque ele também não aguentava mais ver as pessoas tomando decisões pelos outros. Ele achava chato ter que pensar na vida dos outros e condená-los. Ter que ter uma opinião sobre cada detalhe, sobre cada erro, sobre cada pessoa que errava. Ele sabia que se os pecados de cada pessoa fossem passados a limpo por elas mesmas, viver seria difícil demais, e seria uma chatice. Ele sabia que pensar no passado é pra quem depende dele, e que talvez essa não fosse a melhor opção para pessoas que buscassem mudar.

Talvez tenha sido por isso que as pessoas viraram pra ele e falaram “e então? tu não acha que a mina é a mais vaca de todas?” e ele sentiu um desânimo grande, que nem respondeu.

Fim das contas, você sabe como a história termina: ele disse “quem não tem pecado que atire a primeira pedra”, e ninguém foi capaz de atirá-las porque todos nós somos uns mentirosos, todos nós ladrões de alguma coisa ou até de nós mesmos. Todos nós somos orgulhosos e extremamente ganaciosos e queremos que o mundo gire ao redor da nossa idéia de mundo. Todos nós temos aquele erro que até hoje não esquecemos.

Por causa disso, a Madalena pode ir embora com a leveza de que todos somos pecadores, e por isso mesmo, todos somos livres para recomeçar.

Agora eu penso em mim, e em você. Talvez você não seja uma Madalena, talvez você não tenha dado até dizer chega. Mas quem sabe, você se deu pra coisas que afastaram você de você mesmo. Você se deu pra opiniões e deixou que elas ferissem você como pedras, como tiros, como morte.

Talvez você esteja numa maldita rodinha e já ache normal a sujeira que acompanha os seus passos, as pedras nas suas mãos. Talvez a sua vida seja mais dos outros do que sua, e talvez, você nunca tenha dado pra você mesmo. Uma chance, um recomeço, um esquecimento, um dia seguinte, um passo diferente, uma coragem de ser uma pessoa diferente, uma humildade de procurar na liberdade quem você realmente é.

Madalena foi embora e se a história não fala muito sobre ela, é porque ela descobriu coisas maiores do que as palavras.

Dizem que ela virou santa. Mas eu acho que não. A liberdade combina muito mais com os humanos e essa é a graça de ser imperfeito: sair de prisões a cada dia.

Madalena deu o coração.

*se você achou um absurdo o termo “dar” durante esse texto, não atire essas pedras. sejamos todos imperfeitos e felizes e unidos e mais livres do que as regras de linguagem. 

Encontrei isso num blog fantastico que realmente vale a pena conhecer: aqui!
Principalmente aos adolescentes e jovens, vale a pena, conheça!