22 de nov. de 2010

Sobre o fim das nossas vidas...




DEPOIS voltei-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol: e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador. Eclesiastes 4, 1. 

Hoje a tarde no trabalho eu quis ir pra um lugar mais tranqüilo, sentar pra descansar sozinha e pensar. Me sentei bem tranqüila e comecei a conversar com o Rei,amigo meu,  sobre o telefonema que havia recebido na hora do almoço, enquanto isso observava as pessoas ao redor.

“Deus, a vida as vezes me parece injusta, sabia? Veja o tamanho da dor que as pessoas carregam! Passamos a vida em meio à dor, será justo que as pessoas levem esse peso sobre si mesmas?”

“Parece que “algumas” pessoas sofrem tanto, uma dor que ninguém vê ou se importa, as vezes eu penso que elas mereciam sorrir, ser aliviadas, curadas por dentro. Ah! se eu pudesse me levantar daqui e fazer algo! Senhor, eu faria. Mas parece que o egoísmo prevalece sobre todos...”

Eu não sei se isso foi murmuração ou não, mas já que era isso o que eu sentia, foi isso o que disse pro Rei, o meu amigo.

Não demorou nada, e logo Ele me levou à sua boa Palavra. Nesse momento alguém começou falar mais alto bem na minha frente, comecei a prestar atenção.

Havia uma senhora com idade já bem avançada numa cadeira de rodas, com um curativo nos olhos (havia feito cirurgia). Mal acreditei na forma que a mulher que  acompanhava a tratava. Com gestos violentos, bruscos, com tapas, empurrões, gritos e uma grosseria que eu nunca vi igual.

Eu quis dar um murro na cara daquela bruxa!

Desejei saber como havia sido a vida daquela senhorinha tão sofrida, então eu me lembrei de um versículo que diz: Lembre-se do seu criador enquanto você é jovem e antes que cheguem os dias que dirás: Não tenho mais prazer na vida.

Temi estar no lugar dela.

Ali eu vi o quanto sou fútil, inconseqüente e egoísta, deixando minha vida passar, reclamando apenas do quando a vida é difícil. E se fosse eu naquela cadeira?

Certamente para aquela senhorinha já não restam muitos dias e já não há mais prazer na vida. Num momento ela disse: “Eu vou morrer...”
-”Se morrer a gente enterra logo, nem espera morrer direito” disse a bruxa acompanhante (acho que era filha)

Será que o meu fim vai ser assim?
Será que o seu fim vai ser assim?
Será que o fim dos amigos que amo vai ser assim?

Lembrei-me também que Salomão disse que melhor é fim do que o inicio das coisas.

Olhei para a triste senhorinha, que a essa altura chorava enquanto a obrigavam a fazer algo e pensei: Senhor, como é triste o nosso fim.

Não demora nada, e nosso fim chega, e a nossa alma para quem será?


PS: Trabalho num Hospital.

Um comentário:

  1. Tenso, hein Juliana..
    Por isso eu acredito que é bom cultivarmos boas amizades e aproveitar nossas vidas, pois do futuro não se sabe..
    E além disso, geralmente semeamos o que plantamos, então isso é mais um motivo para ampararmos as pessoas, na esperança de quando estivermos em necessidade tenhamos companheiros que nos ajudem a seguir a jornada...

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